Ian Smith aborda justificativas e impactos do silêncio da ESIC sobre investigações
A recente entrevista de Ian Smith, Comissário da ESIC (Comissão de Integridade dos Esports), à INSITE abordou diversos tópicos, desde a investigação contínua sobre manipulação de resultados na América do Norte até as proibições de treinadores impostas após a descoberta do bug do espectador em 2020.
Na entrevista, Smith tentou justificar o silêncio de dois anos da ESIC sobre a investigação de manipulação de resultados no NA, tornada pública em 2020. Ele citou a falta de evidências confiáveis, financiamento para continuar a investigação, dificuldade de cooperação com operadores de apostas relutantes em fornecer informações e seu foco em questões atuais como motivos para a falta de ações punitivas. Ele também mencionou ter encontrado evidências suficientes para acusar “cinco a seis” indivíduos, mas a inatividade dos jogadores foi um fator decisivo para não agir.
No entanto, essas justificativas não explicam satisfatoriamente o completo silêncio da ESIC durante dois anos nem as promessas repetidamente não cumpridas de atualizações e divulgações que supostamente implicariam jogadores na manipulação de resultados. O entrevistado minimizou o impacto do silêncio e da falta de atualizações, alegando que precisa ser lembrado por terceiros para continuar a investigação e que seu foco está no presente, não no passado.
A sombra das punições pendentes sobre até 34 jogadores da América do Norte assombra a região há mais de três anos. No entanto, a entrevista não esclarece se Smith compreende o impacto do silêncio prolongado ou se simplesmente não se importa com ele.
O medo de associação com manipuladores de resultados fez com que muitas organizações evitassem contratar jogadores da América do Norte, enquanto alguns manipuladores migraram para o VALORANT e encontraram sucesso. A integridade das ligas menores também foi prejudicada, pois a falta de informações gerou dúvidas sobre a legitimidade das partidas.
Embora os desafios da investigação sejam compreensíveis, não há desculpa para as repetidas promessas não cumpridas de atualizações. É decepcionante que a ESIC não tenha divulgado o motivo do atraso nem respondido a perguntas de jornalistas sobre o andamento da investigação.
Em 23 de agosto de 2021, a ESIC emitiu bans em um caso específico de manipulação de resultados. No entanto, desde então, houve silêncio total sobre a investigação na América do Norte, prejudicando a cena. As mudanças prometidas na ESIC podem não ser suficientes para reparar sua credibilidade após promessas não cumpridas.
Após dois anos de silêncio, Smith admitiu que a falta de atualizações é resultado de recursos limitados e falta de foco. A falta de comunicação prejudicou a comunidade, mas Smith indicou mudanças futuras na ESIC. No entanto, é difícil confiar nessas promessas após falhas anteriores. O silêncio em torno da investigação por tanto tempo e a falta de transparência são prejudiciais para aqueles que esperavam um desfecho positivo da investigação.
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